sexta-feira, 11 de março de 2011

Sempre é tempo de escrever de novo

Tem muito, muito tempo que não escrevo. Mas é que a vida, vai seguindo os compromissos se acumulando. E eu acabei esquecendo. Esquecendo com é bom escrever.
Mas para me redimir, hoje vou escrever sobre as banalidades da vida que a fazem ser tão boa.
Confesso que, como todos, eu adoro estar de férias. Mas ontem quando voltei das minhas percebi o quanto é bom também trabalhar. E por trabalhar não entendam como o sacrifício de ir para onde não se quer, fazer o que não deseja e ser mandado por quem não faz a menor idéia do que é ser chefe.
Falo de exercer a profissão que escolhi e que tanto me dá prazer.
Eu sou bibliotecária e tenho um orgulho danado de o ser. E todas as vezes que reparo nas coisas que faço e no quanto me dão prazer fico meio besta.
Besta de perceber que posso ser a semente que vai brotar e fazer nascer em uma criança a vontade de ler. Ato que acredito, pode sim mudar uma vida (ou quantas se entregarem às suas delícias).
Ontem, entre tantas as tarefas técnicas, que muitos acham chatas e sem graça, o que eu discordo, aparece alguém na biblioteca e me diz que não gosta de ler.
E eu "catequista do hábito de ler" (como diria meu amigo Marcos, também bibliotecário) solto: - Isso é porque você ainda não encontrou o livro certo pra te fazer gostar!
E o garoto de doze anos me desafia: - Duvido que exista um livro que me faça gostar de ler!
Mais do que depressa me encaminho à estante e lhe entrego um livro que eu acho bárbaro - O Menino Maluquinho de Ziraldo - e acrescento que eu o li quando tinha a idade dele. Ele levou (para a felicidade da mãe que já vinha pelejando para o tal garoto ler).
Eu me despedi dizendo: -Boa leitura e divirta-se, se gostar depois você me conta.
Hoje volta o garoto, e me pergunta: - o que é "macaquinhos no sótão"?
Quando eu expliquei ele me disse: Eu adorei o livro, mas achei que não tinha entendido o que era "macaquinhos no sótão" e que esse era mais um livro que ia fazer eu me sentir burro, mas eu tinha pensado que era isso mesmo, então eu sou mais inteligente que eu pensava!
Rimos os dois.
Qual não foi a minha surpresa quando ele disse: - Não tem mais nenhum livro desse cara aí não?
Pra minha sorte tinham muitos e ele levou dois!
Quase não me aguentei de tanta felicidade!
Alguns podem me dizer: que coisa banal. E eu responderia se a vida fosse feita de coisas banais tão sensacionais, eu morria feliz!
Eu adoro escrever. Eu adoro ler. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer a diferença na vida de alguém, por menor que ela seja ou pareça.
Salve Ziraldo! Ele me ajudou a conquistar mais um leitor : )