Eu perdi tudo quando me perdi.
Perdi-me ao me encontrar, ao
finalmente me ver.
Perdi-me na inocência do desejo.
No desejo de ser feliz.
Eu perdi tudo quando me perdi.
Perdi-me na alegria de ser livre.
Perdi-me na busca do equilíbrio
entre o bem e o mal.
Tive que aprender que devo fazer bem
a todos.
Mal? Unicamente o auto flagelante.
Para todos, o equilíbrio é esse.
Mas e quanto a mim?
Quem há de me fazer o bem, já que
nem eu mesma posso?
Eu perdi tudo quando me perdi.
Perdi verdades absolutas no afã
de encontrar felicidade impoluta.
Perdi a dignidade na
subserviência resoluta de me perder de mim.
E perder-me para não perder tudo.
Eu perdi tudo quando me perdi.
Mas perderia tudo novamente.
Só pela chance de sorrir feliz
mais uma vez.
Pois eu fui feliz quando me
perdi.
Ainda que tenha perdido tudo.
Não perdi a capacidade de querer ser feliz.(Ericka Martin)