sábado, 22 de março de 2008

Coração x razão

Tem horas na nossa vida que uma decisão importante se apresenta e para que a solucionemos temos que escolher entre a razão e o coração.

Eu sou passional, e confesso.

Pra mim este tipo de decisão sempre foi a mais difícil.

Eu sou muito mais emotiva do que gostaria, mas o fato é que sou.

E nos últimos anos eu tive grandes perdas e decepções.

Perdi duas mães, todos os irmãos, quase toda a família (sobraram apenas meu pai e minha avó paterna, e agradeço a Deus por isso).

E só minhas mães foram levadas por Deus, os demais escolheram me deixar!

Tenho uma relação difícil com meu namorido e quem é mais próximo de mim sabe o que estou falando.

Por várias vezes já pensei em me separar, mas apesar dos problemas, o amor nunca me permitia deixá-lo.

Hoje, a distância dele e de todos que me amam (dá pra contar nos dedos :( ...) está me dilacerando.

Tento ser forte, mostrar minha força, parecer forte, mas nada adianta, uma hora ou outra eu desabo.

Claro que hoje desabo de uma altura menor, os estragos são menores, mas ainda assim, dói e muito.

As vezes penso se não seria melhor não ter coração, ser fria, não me apegar a ninguém...

Mas tem tanta gente que é assim e parece tão ou mais infeliz do que eu!

Estou como um participante do AA: vivendo um dia de cada vez.

O problema é que cada vez tá ficando mais difícil.

Mas aprendi muito com a solidão, me fez olhar pra mim, pra dentro do fundo do meu coração e da minha alma (piegas, mas verdade).

Hoje sei que sou muito mais forte do que era a um ano quando meu trabalho e a geografia me colocaram longe de todos que eu amo.

Aprendi muito, me conheço muito melhor, mas não vejo a hora de ir pra casa!

Ver meus amigos, os que sempre estão comigo quando volto, os que eu não vejo a muito tempo, e quero rever logo, e quero fazer novos grandes amigos.

Percebi uma coisa que parece meio óbvia: a melhor coisa da vida é ter amigos!

Li em algum lugar que não me lembro (me desculpe o autor, se houver) que:

Amigos são a família que escolhemos.

A todos os meus amigos:

Eu amo vocês! Muito!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Diga EU TE AMO

Eu demorei muito para aprender a lição. Se você ama, diga. Não faça como eu. Não espere sua mãe estar perto da morte para acertar seus ponteiros, para dizer a ela o que te incomoda, magoa, entristece, e não se esqueça: diga também o que lhe agrada, o que lhe alegra, o que o faz se sentir amado.
Não sei se pra todo mundo é assim, mas apesar de ter crescido num lar em que existia o amor, nós não verbalizávamos isso e até hoje eu não entendo o por quê. Nós nos amávamos, mas não dizíamos e achávamos que estava implícito e parecia exagero falar.

Quando sua doença foi avançando, instintivamente nós começamos a falar tudo que não havia sido dito, eu expus mágoas de muitos anos, tristezas e desilusões, e ela disse que não imaginava que tinha passado por estas coisas, ela não sabia que tinha me magoado ou entristecido, mas quando eu falei, ela reconheceu e me pediu perdão. E eu perdoei.
Eu tive coragem de falar tudo que me magoava, tive a chance de perdoá-la, e fiz isso quando ela ainda estava lúcida.
Tivemos brigas, desentendimentos e discordâncias, e eu amava (ainda amo) muito a minha mãe e ela também me amava. Nós sabíamos, mas não falávamos. E quando eu quis falar não conseguia, achava exagero, era difícil, a voz não saía, eu tinha vergonha, e tinha medo...
Quando consegui falar que eu a amava já era tarde demais, ela já estava muito debilitada, e eu nem sei se ela entendeu, nem sei se ela sabia que era eu.

Nós só temos uma certeza sobre a vida: ela acaba. Como você não sabe quando, não perca a oportunidade. Vá ao encontro das pessoas que você ama, se a geografia não permitir ligue, mande email, mensagens, mas tem que ser agora! E lhes diga o que sente, mesmo que você ache que está fazendo papel de ridículo, faça:
DIGA EU TE AMO PRA QUEM VOCÊ AMA!
Pai, mãe, irmão, namorado, marido, amigo, amiga, não importa o parentesco ou a falta dele, diga.

Amanhã pode ser tarde e você vai querer voltar no tempo, mas tenho uma triste notícia pra te dar: não dá.

Então não vou correr o risco.
Na Bahia:
Gina, Itana, João Carlos, Náira, Ana Paula Rocha, Alberto, Cléber...
Em BH:
Nayara, Ludmila, Daniel Corvo (há quanto tempo...), Pedro (meu eterno sócio), Caio, Gleyson, Bruno Edelpe, Bruno Tonim, Luiz, Adriana, Maria Lícia, Tatiana Dias, Sandrinha, Fernanda, Renata, Robertinha, Ana Paula Barbosa (minha chefinha :), Ana Paula Silva (ai que saudades!), Sândalo (por onde andas?), Kátia (não me conformo de termos perdido contato...), Isolda, Paola, Igor, Tiago, Vinícius e Marton (meus McFriends), Tatiane Mendonça e Daniele (já faz tantos anos...).
No interior de Minas:
Renata e Flora (ah! Diamantina...), Tatiane Parreiras (ainda em Mariana?), Neide (minha prima-mãe), Gregory e Anne (sobrinhos que há muito tempo não vejo...).
E finalmente no Espírito Santo:
Cynara (que apesar de não nos vermos há quase 15 anos, ainda somos amigas).

Meu pai, minha avó paterna, meu marido, minha sogrinha (do coração).

Eu amo vocês!

Como já dizia minha mãe...

Estive reparando e percebi que tenho dito muito esta frase.
E não é só porque ela já está num lugar melhor, de onde não escuto mais o que ela fala.
Mas porque percebi uma coisa muito interessante, intrigante e por vezes, revoltante: nós nos tornamos como nossos pais à medida que amadurecemos, ou ficamos mais velhos (digo assim porque tem gente que só fica mais velho, não amadurece, ou de tão maduros acabam podres).

Fazendo uma rápida auto-análise descobri que muitas características que eu achava até irritantes na minha mãe quando eu era mais nova, estão agora se manifestando em mim.
E tudo que ela me dizia e que eu achava que era por descaso ou por que ela não me entendia, ou porque ela não acreditava em mim, ou porque ela não gostava de mim (adolescentes e pré-adolescentes tem a irritante mania de achar que sabem tudo e que o mundo está contra eles, acreditem ou não, eu era assim), em resumo tudo que ela falava eu achava que era balela, “conversa pra boi dormir”, “papo de Napoleão”, frase feita de livro de auto-ajuda.
Hoje eu percebo que tudo que ela dizia não só é verdade, como continua sendo um bom ensinamento.

E percebi ainda mais. Percebi que querendo ou não. Cedo ou tarde. Acabamos cópias (melhoradas, geralmente) de nossos pais e mães. E isso não tem que ser ruim. Preste atenção no que dizem seu pai, sua mãe, sua vó, seu avô, eles viveram mais que você, passaram por coisas que você provavelmente nem imagina, não são donos da verdade mas eles sabem das coisas. :)

E como minha mãe dizia...

Pense, aja e seja positivo, que assim será. (minha mãe já falva isso antes de serem lançados o livro, o filme, a palestra, o jogo, a canequinha de café... O Segredo)

Ame você e os outros te amarão.

Não ame ninguém mais do que você.

Gentileza e educação não custam nada, não machucam e não engordam.

Se desesperar, não vai resolver o problema (portanto não chore pelo leite derramado, se aprume e limpe o fogão ... :) esse ditado é meu mesmo kkkkk)