terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Não me arrependo, mas não recomendo


Já disse essa frase muitas vezes, quase sempre fui incompreendida.
Mas acho que não há melhor conselho melhor sobre o casamento.
As pessoas que me conhecem sabem do que estou falando.
Me casei nova para os padrões atuais (com fé e amor, mas sem papéis ou festa :) .

E hoje percebo que ninguém deve se casar tão nova (ou tão novo).
Fala-se muito que muitos jovens se arrependem do curso universitário que escolheram e apontam como motivo:

“Eu era muito novo pra saber o que queria fazer para o resto da vida...”
Acredito que a mesma lógica se aplica ao casamento.
Por mais que você ame, por mais que tenha encontrado sua alma gêmea, por mais que acredite que está com “a pessoa” (“the one” em livre tradução:), espere pra casar. Se for mesmo o que vocês querem, o tempo não vai separá-los, mas uní-los.

Outra frase um pouco mais radical, mas que não deixa de ser verdade, é:
“Quer acabar com a paixão e o amor que você sente pelo seu(sua) namorado(a)? Case.”
Sempre que me perguntam, “nossa você casou tão nova... estava grávida?” eu primeiro acho preconceituoso, achar que hoje só se casa por obrigação e descuido, depois me acabo de rir vendo a feição da pessoa quando disse que não há nem havia bebê algum.
Veja bem, eu acredito no amor, acredito em almas gêmeas (não só amantes, mas principalmente amigos e até familiares), acredito no casamento e na fidelidade, acredito que somos mais do que seres sociais, somos seres dependentes do amor.
Mas apesar de acreditar em todas essas coisas, posso dizer e me perdoem os ouvidos (olhos) mais sensíveis:

A convivência é uma merda! (ela é um serial killer do amor!)

Partamos do seguinte princípio:
Irmãos que vivem na mesma casa, sob a mesma criação, com os mesmos pais e as mesmas oportunidades, brigam.
Porque pessoas com vivências completamente diferentes não iriam brigar?
Além da diferença de vivência e criação, ainda há a diferença de sexos (geralmente), o que aumenta ainda mais as divergências.
Some-se a isso uma possível diferença de idade, de desejos, de sonhos, de objetivos...

Resultado: Casamento foi feito pra dar errado. Alguns dão certo só de teimosia...

Voltando à frase título...
Casei nova, e não me arrependo, pois apesar de tudo, é o homem da minha vida.
Mas se pudesse fazer de novo, namoraria mais tempo antes de morar junto.
Não que eu não fosse casar com ele, mas queria ter curtido mais antes da convivência passar por nós como um tsunami...
E se comigo, que acredito ter me casado com o homem da minha vida, é tão difícil, imagine com quem depois de casado percebe que nem amava tanto assim, que nem conhecia tanto assim, nem desejava tanto assim, nem compreendia tanto assim...

Portanto, digo e repito (mesmo a contragosto do meu marido):

Casamento: Não me arrependo, mas não recomendo.

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